Ainda Mendoza; depois de prontas as motos voltamos ao hotel, jantamos na Peatonal, noite quente, mesas na calcada, cheio de gente, muito agradavel, bom papo, ate vinho tomamos, apesar da temperatura nao ideal, afinal estavamos em Mendoza, capital dos vinhos argentinos.
Dia seguinte cedo (nao muito, esse povo nao é de madrugar - como só escurece pelas 21h, e a noite se estende, acaba-se perdendo um pedaço da manha) saimos pra Cordoba, depois de algumas idas e vindas achamos a saida, e da-lhe reta - nao sei se nessa estrada, mas conta PeU que uma ocasiao o gps informou: " a 172
km, virar
a direita"... e chegamos as serras de Cordoba, apos Villa Dolores é uma area turistica, cheia de hoteis, cabañas, e vamos subindo um pouco, depois bastante, chegando a 2.500m, frio, belas curvas, visual legal, mas tem um certo anti-climax, a cordilheira de verdade tinha ficado pra tras, a viagem tava no fim.
Depois da serra a ideia era ficar em Carlos Paz, cidade menor, a beira da represa, mas achamos o local meio confuso, nao "entramos no clima", até vimos alguns hoteis, ruins e caros, resolvemos seguir até Cordoba, ficar em algum hotel a beira de estrada. Descobrimos que nao ha hoteis na beira da estrada... e entramos em Cordoba, de novo chegavamos a noite, nos perdemos, achamos, e acabamos num hotel perto da Plaza, bem no centro, ainda com tempo de jantar num restaurante legal, era meia-noite.
E agora sim, o fim da viagem, o trecho pra 6a feira era Cordoba a Uruguaiana, por Santa Fe e Parana, o tunel sub-fluvial, mais retas, calor, e pra encerrar, ja proximo ao Brasil, a famigerada ruta 14. La o esquema é o seguinte, a estrada ta em obras de duplicacao, entao por mais de 100km tem placas de 60, 40 e 20km/h (20!!!...) e ninguem anda nessa velocidade, claro, nem nos quando fomos flagrados por um radar a 85km/h... no posto policial seguinte nos mandaram parar, a conversa mole de sempre, chamaram o Fred pro escritorio, a multa é de 350 pesos, na fornteira cobram de qualquer jeito 1.100, mas a gente pode dar um jeito... bom, ele deixou 50 pesos, e o policial mandou os proximos pro escritorio, mais 20 pesos cada um, e vamos em frente... é triste, mas é assim mesmo... me lembrem de nunca mais passar por ali, só quando tiver pronta a duplicacao, quem sabe. Depois na parada seguinte para abastecimento desabafei com um gringo que tava numa camionete, ele confirmou, os alvos sao sempre os motociclistas brasileiros, ele como argentino tinha vergonha da situacao... mas falou que de noite a policia nao incomodava, ja tava escurecendo, e seguimos de novo noite adentro, perto de meia-noite chegamos em Paso de los Libres. A fronteira é pejorativamente sulamericana, um monte de criancas pedindo moedas, comida, se oferecendo pra cuidar das motos, sem indicacao de onde ir, um sujeito a paisana falando pra fazer isso ou aquilo, será que vamos ser roubados, no fim um funcionario sonolento nos carimba os passaportes, dão uma olhadinha rapida nas motos, e atravessamos a ponte, estamos no Brasiuiuiu ! Sem qualquer controle do lado brasileiro entramos na cidade, restaurante, hotel, despedida dos companheiros, seguiriamos separados no dia seguinte; quase 2 da manha quando fui dormir, so pra descansar um pouco, as 5h ja tava na estrada de novo.
Eu e os argentinos, por um bom tempo so gringos na estrada, todos de 140 pra cima, indo para as praias brasileiras; inspirado, fiz os primeiros 120km em menos de uma hora, dai o dia comecou a clarear e reduzi o ritmo... Atravessei o RS, chuva em POA, freeway, estrada do mar, parei no Arroio do Sal pra dar um abraço no companheiro Fontico, depois resolvi seguir, ja tarde, a chuva que nos poupou na Argentina e Chile agora castigava, cheguei em Balneario Camboriu pra encontrar a familia a meia noite, de novo... quase 1.200km nesse dia.
Depois do domingo de praia, banho no Atlantico, um pouco de sol, a tardinha cheguei em Blumenau debaixo de um temporal, ruas alagadas, tava em casa... 7.922km depois, encerrava a expedicao a Cordilheira dos Andes.
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